Análise a I Still Believe

Filme de quase 2h, de carácter religioso, de género romance, drama e música, baseado na história de vida de Jeremy Camp, um músico que se apaixonou por uma rapariga que tinha cancro…um pouco em estilo de “documentário ficcional”.
Faz lembrar um pouco The Fault in Our Stars e Five Feet Apart, com um orçamento de quase o dobro em relação a Five Feet Apart.
É um filme para audiências acima dos 12 anos. Pode ser visto sozinho, com amigos, família ou companheiro/a.

Análise narrativa:
A nível de narrativa o filme é muito previsível, com um desenvolvimento demasiado rápido, algo que impede o espectador de criar uma ligação com as personagens porque não tem tempo para isso…num momento as personagens conhecem-se, noutro estão a sair 3 vezes e a encontrarem-se aleatoriamente por coincidência muito forçada e noutro temos o drama propriamente dito…isto tudo acontece no primeiro terço do filme…o que leva a pensar que teria funcionado melhor se fosse uma mini-série.

Análise de imagem, som e música:
É um filme que tem música incluída, a própria música é um pouco religiosa e romântica, o que encaixa perfeitamente neste filme. A nível de mistura de som está um pouco desequilibrada, temos partes em que as personagens estão a falar demasiado baixo em relação às partes de música (o que nos leva a ter que meter mais alto para conseguirmos ouvir bem o diálogo, acabando por tornar um pouco alta a parte musical obrigando a descer novamente o volume).
A nível de imagem, temos alguns planos não muito usuais mas que até funcionam bem, uma imagem bastante cuidada e bonita, temos uma temperatura de cor quente maioritariamente (no entanto quando temos uma parte mais triste esta temperatura de cor fica fria e a luminosidade baixa drasticamente para acentuar ainda mais o estado de espirito da personagem)…neste filme temos também o uso de luzes de outras cores e de outras fontes (holofotes, projetores, LED’s, néon, etc) que de certa forma tornam a imagem mais interessante.

Personagens:
A nível de representação dos atores e atrizes, está no ponto…muito realista, sentimos a emoção, a tensão, o drama, tudo o que estão a passar naquela altura. Temos um cast relativamente pequeno, mas temos sempre algo a acontecer, o que não torna necessário haver mais personagens, é um filme muito focado nas personagens principais.
Não há muito que se possa dizer das personagens, conseguimos perceber que Melissa tem uma fé infindável, no entanto não temos conhecimento que Jeremy seja assim até ao momento em que a conhece. Não temos muitos detalhes sobre o passado das personagens, e o que sabemos não é suficiente para traçarmos uma personalidade.

Opinião final:
Para quem pensa que o filme vai ser como os outros que já viu, engana-se muito, é um filme que podia ter sido muito mais aprofundado e dá a sensação que foi um filme um pouco feito à pressa (de referir a cena do balão a rebentar literalmente ao lado do rosto do ator principal…algo que ninguém vai ignorar e provavelmente só irá ter o efeito de cortar a emoção do momento fazendo o expectador rir). Não é um filme necessário…a nível narrativo, não é nada que já não tenhamos visto…a novidade é mesmo o lado religioso embutido na narrativa (um pouco como 13 Reasons Why mas com religião em que apresentam linhas de apoio). Percebe-se um pouco que, com o estado em que o mundo se encontra, muitas pessoas se agarram à religião para conseguirem algum aconchego e esperança…e este filme de certa forma apela à esperança e à fé.