Análise a Onward | oitobits.io

Barley e Ian, dois irmãos elfos, embarcam numa aventura para trazer de volta, durante 1 dia, o seu falecido pai, mas para isso precisam primeiro de encontrar um cristal.

Sobre o filme:
É um filme de animação, fantasia, aventura e comédia, com um cast pequeno, mas que, no entanto, nos deixa entretidos a cada segundo…tem uma narrativa simples…temos ao início um narrador que nos introduz à história…sem flashbacks ou outro tipo de viagem temporal narrativa, sendo assim apropriado para todas as idades. Os espectadores podem esperar por uma narrativa muito divertida e com momentos muito emotivos que podem fazer chorar os mais sensíveis.
Os atores e atrizes (em especial Tom Holland e Chris Pratt) fizeram um trabalho fenomenal ao darem voz às personagens, as vozes encaixam perfeitamente na personalidade de cada um dando-lhes vida de uma maneira muito engraçada.

O filme é produzido pelas duas empresas de animação mais conhecidas (Disney e Pixar). Para muitas pessoas a Disney é a “fábrica das princesas” e a Pixar quase como que os filmes que se negaram a fazer parte da Disney porque não têm princesas e falam de assuntos variados…normalmente sobre amizade, enquanto que a Disney é muito focada no amor. Normalmente quando estas 2 empresas fazem filmes juntos o resultado é muito bom, e este filme é um exemplo disso.

As personagens são todas lendárias, centauros, elfos, unicórnios, fadas, etc…mas que parece que todas se esqueceram da magia que havia antigamente. Barley e Ian vão trazer novamente essa magia para os tempos atuais das maneiras mais divertidas que se pode imaginar.
Normalmente nos filmes de magia, costuma haver um lado bom e um lado mau…mas neste caso, não existe lado mau da magia, não existe um vilão nem magia negra…apenas magia boa…o que é algo que normalmente não se vê neste tipo de filmes.

Personagens:

Ian e Barley:
Barley tem nele um espírito antigo, alguém que acredita em tradições e no que antes havia, é espontâneo e segue o seu instinto. Ian, o seu irmão mais novo, que neste dia faz 16 anos, é um rapaz tímido, introvertido, lógico, organizado e metódico que está conformado com o estado das coisas no mundo, mas que, no entanto, não se conforma com a ausência do pai.

Mãe (Laurel):
É positiva, apoia os filhos, é uma guerreira que está disposta a lutar para ajudar, consegue perceber como falar com os dois, mesmo sendo eles o oposto um do outro.

Corey (Manticora/The Manticore):
A personagem que será uma boa analogia a uma mãe solteira, que deixou de ser quem era para poder tomar conta dos filhos…que neste caso é gerir a sua taberna.

Visualmente:
Sendo um filme para todas as idades…e sendo que é uma criação da Disney e da Pixar…é predominante em cores vivas e recorre ao uso de muitas luzes e reflexos (que estão extremamente bem feitos). O 3D não é nada que esteja a tentar imitar o real…como por exemplo Ready Player One…é mais do estilo Big Hero 6 em que se enquadram na representação do real e não tanto na imitação, a animação é consistente e as personagens misturam-se perfeitamente com os cenários.

Sonoramente:
Bem misturado (nada está demasiado alto ou demasiado baixo em termos de volume, nada nos vai rebentar os tímpanos), tem um score um pouco céltico, épico, misterioso com um toque de magia. Como é normal, o score é maioritariamente feito com orquestra, mas neste caso temos também coro para dar um estilo ainda mais místico. Temos também algumas músicas em estilo Rock trazidas nas alturas em que Barley toma alguma ação, um bocado a representar a sua personalidade.

Este filme faz-nos perceber o que temos no presente…não nos concentrarmos no que não temos, mas sim no que temos…a aprendermos a confiar mais nos nossos potenciais e lutarmos pelo que queremos…não esquecer as nossas raízes e da fibra que somos feitos…e sobretudo a não seguir o caminho mais fácil que muitas vezes se torna o caminho com mais complicações e entraves.