No ano de 2017, mais concretamente no mês de março, a Nintendo disponibilizou no mercado a sua consola Switch. No dia do seu lançamento, houve três jogos que foram editados pela desenvolvedora nipónica: The Legend of Zelda: Breath of the Wild, Snipperclips e... 1-2 Switch.
Dos três, Breath of the Wild, indiscutívelmente, foi (e continua a ser) um dos jogos mais impactantes na indústria dos videojogos; Snipperclips é uma curiosa e criativa experiência para quem gosta quebra-cabeças (que não merece ser esquecida); já 1-2 Switch... era uma basicamente uma demostração glorificada que servia para ilustrar, ao grande público, as funcionalidades dos comandos joy-cons, como, por exemplo, o HD rumble.
Na altura, os críticos questionavam a pertinência de 1-2 Switch no catálogo de jogos. Será que valia o esforço de uma pessoa investir 49,99 euros (sim. é este o preço do jogo na e-shop) para poder usufruir de uma coleção escassa de mini-jogos? Ou é, simplesmente, uma forma dispendiosa de validar junto dos seus pares que a consola que tinha acabado de adquirir era, de facto, um pedaço tecnológico incrível.
A História repete-se... mas com algumas diferenças
Em 2023, seis anos após o lançamento, temos alguns dados curiosos a constatar: a Switch ultrapassou a marca dos 129 milhões de consolas vendidas; The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom, a sequela de Breath of the Wild vendeu mais de 18 milhões de unidades em apenas três meses e temos também... um sucessor de 1-2 Switch?!
Contrariarmente aos títulos first party da Nintendo, «Everybody 1-2 Switch!» não foi revelado durante um Nintendo Direct. Foi remetido para um anúncio algo discreto nas redes sociais. Algo incomum para um título publicado pela própria desenvolvedora.
Mas afinal o que temos de diferente em relação ao jogo original? Em primeiro lugar, não estamos constrangidos pelos joy-cons. Para além de podermos usar estes comandos, os nossos smartphones podem ser também utilizados. Nota que não podemos usar concomitantemente os joy cons e os telemóveis para uma sessão de jogatana.

Com os comandos da Nintendo podem jogar até oito pessoas e, no modo com smartphones, podemos ter até... pasmem-se... 100 pessoas! Confesso que não consegui arranjar um grupo suficientemente grande para testar como seria esta dinâmica mas seria, certamente, uma experiência memorável.
Não é necessário instalar qualquer aplicação. Basta captarem o código qr disponibilizado pelo jogo e possui instruções bastante simples.
O guia e anfitrião de «Everybody 1-2 Switch!» chama-se Horace, um indivíduo de fato com uma máscara de um cavalo. Escolha bizarra e com potencial para ser fonte infinita de memes pela internet fora.
Tal como o primeiro, a coleção dos mini-jogos propociona momentos de boa disposição. Ao todo são 17 e posso afirmar que o uso dos joy-cons foi bem executado. principalmente nos mini jogos em que nos tornamos em ninjas e samurais e temos de confrontar os nossos adversários frente-a-frente.
Se pudesse destacar um modo de jogo como principal ponto atrativo diria, sem hesitar, o modo de jogo Quiz Party. Aqui testa a capacidade de atenção e de reflexos de excelente forma. É garantido proporcionar puro divertimento, gargalhadas e, talvez, azia para os perdedores.
Tendo em conta que «Everybody 1-2 Switch!» é um party game para todas as idades, há uma falha gritante: não ter português como opção de língua nem em forma de texto. Neste caso, faria todo o sentido e também, talvez, associar uma figura pública - tal como já foi feito com outros jogos do estilo em consolas ditas "rivais" - para dar aquele toque de personalidade que este jogo tanto precisa.
Veredito
Apesar de ser uma sequela nada desejada, «Everybody 1-2 Switch!» tem alguns elementos que propocionarão momentos de diversão se tiverem um grupo de amigos ou familiares que estejam dispostos a tal.
O facto do jogo estar disponibilizado por um preço mais reduzido que os outros jogos Triple A da Nintendo, é um ponto positivo para quem esteja disposto a arriscar.
É mesmo um videojogo ideal para festas. Quanto maior o grupo, maior a probabilidade de divertimento. No entanto, não esperem uma grande longevidade em «Everybody 1-2 Switch!» pois o fator novidade pode dissipar após algumas sessões.