Análise a SHADOW AND BONE (Season 2) – NETFLIX

★★★★ – Esta é uma série em que as side stories se tornam mais interessantes que a main story.

Passado 2 anos, a NETFLIX traz-nos a segunda temporada de Shadow and Bone.
Esta temporada é composta por 8 episódios com cerca de 1 hora cada, contendo mais emoções fortes e algumas cenas violentas, sendo apropriada para audiências acima dos 14 anos.
Nesta temporada acompanhamos Alina Starkov e Malyen Oretsev na sua busca pelos amplificadores.

Sobre a série:
Esta série é uma adaptação dos livros de Leigh Bardugo, classificados como livros de fantasia para jovens adultos. Iremos mencionar os livros e as temporadas correspondentes.

SHADOW AND BONE:
- Shadow and Bone (Temporada 1)
- Siege and Storm (Temporada 2)
- Ruin and Rising (Temporada 2)
SIX OF CROWS:
- Six of Crows (Temporada 1 e 2)
- Crooked Kingdom
KING OF SCARS:
- King of Scars
- Rule of Wolves

A história passa-se em Ravka, uma espécie de Russia Imperial ficcional, em que humanos e grishas (humanos com poderes especiais) vivem em guerra, porque para certos humanos, grishas são considerados bruxos/as e são caçados.
Grishas dividem-se em vários tipos: Etherialki (controlam os elementos), Materialki (controlam a matéria) e Corporialki (controlam o corpo). Há toda uma variedade dentro destas subcategorias, algo que iremos observar ainda melhor nesta temporada.
Ravka está dividida em várias nações, com a particularidade de ter uma espécie de “muro” de fumo/nuvens negras (The Fold) a separar o lado Este do Oeste. Esse mesmo “muro” tem dentro dele criaturas voadoras (Volcra) que matam qualquer um que se atreva a atravessá-lo.
Para piorar, nesta temporada temos outra criatura (Nichevo'ya).

Esta temporada tem um ritmo mais acelerado em comparação com a temporada anterior, talvez acelerado demais. Temos aqui a adaptação de dois livros inteiros com inclusão de personagens e acontecimentos de um terceiro livro; qualquer pessoa, por pouco conhecimento que tenha sobre cinema, sabe que fazer algo assim, é muito arriscado.
Assim como na temporada anterior, começamos com um ritmo mais lento e até nos sentimos um pouco deslocados, no entanto, a partir do terceiro episódio, começamos a ter um ritmo acelerado e infelizmente muitos dos dilemas parecem ser resolvidos sem haver muita conversa.
Como é normal numa série, temos uma narrativa interlaçada, separada por pequenos cliffhangers que nos mantêm agarrados ao ecrã, algo que por vezes nem nos dá tempo para habituar à mudança de cenário e personagens.
Para os fãs dos livros, esta série pode não ser considerada como uma adaptação, mas sim como algo baseado nos livros, pelo facto de que alguns aspetos psicológicos das personagens e das suas histórias acabam por ser mudados no processo de “adaptação”.
Em comparação com a temporada anterior, esta temporada tem mais emoções fortes.

Som e Imagem:
Em termos de Som e Imagem temos algo ao nível da temporada anterior.
Vamos relembrar que esta série tem diferentes idiomas ficcionais e legendas serão necessárias, mesmo quando o idioma é inglês, as legendas serão necessárias devido à dicção dos atores e atrizes que é difícil de descodificar, mesmo quando se é fluente em inglês.
A nível de costume design não podíamos pedir mais tendo em conta que é uma série para o pequeno ecrã.
Assim como na temporada anterior, a composição musical é de Joseph Trapanese, que nos trás uma compilação de músicas maioritariamente de orquestra, com um tom épico, por vezes de estilo folk com um toque fantástico e misterioso.

Personagens:
Como seria normal, temos a inclusão de novas personagens, o que torna tudo mais interessante, de salientar a personagem Nikolai Lantsov que irá ser um dos grandes focos na próxima temporada e que sem dúvida tornou tudo mais divertido nesta temporada.
Temos finalmente oportunidade de ver o passado das nossas personagens de Six of Crows, e assim saber os seus motivos, medos e desejos.
Temos a incorporação de várias raças e etnias nesta série, assim como várias orientações sexuais, algo que é bastante positivo porque dá maior realismo.

Opinião final:
Previsível como nenhuma outra série. Narrativa pouco original em que a única coisa que mantém o nosso interesse são as side stories, porque são as menos previsíveis e mais originais em termos narrativos.
Cada vez mais esta série nos lembra de Avatar: The Last Airbender, Star Wars e Harry Potter, no entanto, mesmo sendo previsível, a maneira como a narrativa nos é contada, continua a ser interessante.
Para quem gostou da temporada anterior, provavelmente irá gostar desta também.
Esperemos que a terceira temporada tenha um ritmo mais lento e que não seja inserida tanta informação para que possamos ter cinco minutos de pausa para respirar.