The Last of Us Part II é amplamente reconhecido como um dos melhores jogos de todos os tempos, tendo conquistado vários prémios aquando do seu lançamento. Apesar de ter sido bastante aclamado, o jogo também experienciou um lançamento controverso devido a vários leaks que geraram frustração entre os fãs, devido à abordagem narrativa que iria ser tomada. No entanto, ao longo dos anos, a percepção do jogo tem evoluído de forma positiva, solidificando-se como uma das grandes obras-primas da Naughty Dog, uma conquista bastante significativa, tendo em conta o histórico da companhia.
No momento do anúncio do jogo, questionei a necessidade da Naughty Dog alocar recursos para um remaster de um título lançado há tão pouco tempo. No entanto, após jogá-lo, posso afirmar que esta versão representa a forma definitiva de vivenciar esta extraordinária narrativa.
The Last of Us Part II representa a continuação da jornada de Joel e Ellie, que, após terem percorrido o continente americano em busca dos Fireflies, encontram uma vida pacífica em Jackson, numa comunidade liderada pelo irmão de Joel, Tommy, e a sua mulher Maria. No entanto, quando tudo parecia correr bem, a tragédia irrompe na vida das personagens, levando-os à cidade de Seattle em busca de vingança.
Esta foi a primeira vez que tive a oportunidade de jogar o jogo, e mesmo já estando ciente do desfecho dos eventos, vi-me completamente agarrado ao ecrã em busca de mais respostas.
A qualidade gráfica do jogo original já puxava pelos limites do hardware da PS4, criando quase a impressão de ser um título de próxima geração. No entanto, este remaster consegue aprimorar em todos os aspetos. Tanto as personagens como a cidade de Seattle parecem ganhar uma nova vida, e o realismo não se limita apenas às cutscenes. Quando estamos em controlo da ação, podemos observar as diversas reações das personagens de acordo com os acontecimentos, incluindo detalhes como movimentos realistas do cabelo e das roupas que se ajustam de acordo com o movimento das personagens.
De forma a complementar a jogabilidade do jogo original, esta versão implementa uma mecânica que se encontrava ausente: a opção de escolha entre o modo fidelidade e o modo performance. Isto oferece aos jogadores a decisão entre experimentar gráficos aprimorados a 30 fps ou jogar com um número mais elevado de fps’s, com um ligeiro comprometimento gráfico. Como bónus, foi ainda incluída a opção de jogar com os comentários de Neil Druckman, proporcionando aos jogadores uma visão mais aprofundada sobre o processo de criação do jogo e as ideias por detrás de cada sequência.
Além do jogo em si, esta versão apresenta três adições em relação ao original: o modo No Return, a capacidade de tocar guitarra de forma livre e a inclusão de três novos níveis.
O modo No Return oferece uma experiência de jogabilidade roguelike, onde em cada run, os caminhos até ao confronto final e os adversários são gerados de forma aleatória. Sendo que, após a conclusão da primeira run, desbloqueamos o modo Custom Run, que nos permite personalizar cada run ao nosso gosto. Em cada run, os jogadores podem deparar-se com dois tipos de encontros: o “Assault”, onde enfrentam um número definido de inimigos e o “Hunted”, onde se tem de sobreviver durante um período de tempo determinado. Ao superar cada encontro, os jogadores recebem recompensas para melhorar a personagem, quer seja com novas habilidades quer com novas armas. Inicialmente, apenas temos a opção de jogar com a Ellie ou a Abby, mas ao completarmos diversos objetivos, acabamos por desbloquear novas personagens, proporcionando uma maior rejogabilidade a este modo.
Um dos grandes sucessos do original foi o minijogo que permitia tocar guitarra, tornando-se até viral com diversos vídeos na internet de pessoas a interpretar diversas músicas. Levando em consideração a receção positiva, foi introduzido um modo livre nesta versão, oferecendo aos jogadores acesso a vários instrumentos. Além disso, os jogadores têm a liberdade de alterar as personagens e o tipo de som que querem produzir.
Como bónus, temos a inclusão de três novos níveis que tinham sido cortados. Apesar destes não estarem finalizados, os comentários que os acompanham, proporcionam uma visão valiosa dos bastidores da criação do jogo.
Durante a realização desta análise, foram dedicadas mais de 20 horas de jogo, durante as quais apenas foram identificados três glitches. Importante realçar que nenhum destes teve impacto duradouro ou que tenha comprometido a experiência final. É de notar que os glitches foram observados antes da última atualização, e embora não seja garantido que não existem mais, é muito possível que estes tenham sido corrigidos.
Em conclusão, as melhorias realizadas nesta versão, tanto em termos gráficos como de jogabilidade, juntamente com a adição de novos modos, fazem deste remaster a forma ideal de experienciar esta história. Tanto para os jogadores que possuem a versão original e optam por adquiri-la por um acréscimo de 10€, como para os novos jogadores que o irão experienciar pela primeira vez.